domingo, 19 de julho de 2009

FRANS KEMPER & ADRIANA KLING Na FEIRA DE ANTIGUIDADES E DESIGN DO MuBE










FRANS KEMPER & ADRIANA KLING 
Na
FEIRA DE ANTIGUIDADES E DESING
DO MuBE

Para começar esta entrevista, ficou muito difícil, pois nós três estávamos preocupados em contar piadas. Vê se pode!
Na verdade o Frans e Adriana têm muitas outras atividades profissionais alem do bom humor, o stand na nossa Feira de Antiguidades é para contato social, para complementar a renda e para aprendizado. Não há como não aprender um mundo de coisas estando aqui, me afirmou Frans. Nós curtimos comprar e vender coisas bacanas ou curiosas, nós vamos aprendendo, pesquisando sobre contas, tecidos, esculturas africanas, agora quem afirma é a Adriana, artista plástica. Esposa de Frans.
Aqui é só África, tudo da África, afirmam com redundância proposital, mostram que gostam do que fazem, identificam-se com a cultura africana tradicional e de hoje, pouco divulgada a aqui.
Quando começamos Líbano; nada sabíamos, agora com os livros, a convivência e as viagens, aprendemos muito.
Nós sempre compramos arte africana. Tudo começou quando fomos a uma exposição sobre a África no CNBB. Foi um dos melhores eventos desse gênero de arte que já aconteceu aqui em São Paulo. Muitas peças que vieram pertencem ao Museu Nacional de Berlin. Hoje aqui em São Paulo também temos um Museu da África, no Parque do Ibirapuera, dirigido pelo grande talento de Emanuel Araújo.
Foi assim que nosso interesse pela cultural africana começou. Passamos a nos dedicar mais e com paixão, realmente.
Gerard Devries é um importante negociante deste gênero de arte na cidade de
Amsterdã, nós temos contato com ele, sempre que necessário, também fazemos intercambio de arte. Temos alguma influencia dele em nossas atividades, aprendemos sempre quando o visitamos.
Nós temos nosso próprio site:
www.de-africa.com
Os colares de contas que apresentamos têm uma história. Os europeus viajavam para a África para realizarem trocas comerciais e enchiam os navios com contas para lastro e ao mesmo tempo serviam de moeda. Em troca comercializavam açúcar, prata, brilhantes, etc. Tudo era pago com contas de murano, jablonec típica da Chekolovaquia. Feitas artesanalmente com vidro.
É um engano chamar as essas contas de africanas. São todas européias. Como tudo hoje em dia existem muitas cópias, claro, pois as originais já estão escasseando, cada dia, mais raras. As antigas eram usadas para adornos, eram riquezas para serem usadas para cerimônias muçulmanas. Eram somente as tribos mais abastadas que possuíam contas, as mesmas que foram passando de geração a geração. Por isso é difícil de conseguir boas contas africanas hoje em dia, não vendem tão facilmente.
Os turistas desejosos de levarem consigo contas para seus países precisam de intermediários que vão atrás de peças boas. Tem amuletos que são típicos de tribos nômades, que servem de emblemas para identificarem os grupos que o portador pertence. Não gostam de venderem esse tipo de peça.
Frans convida a todos para acessarem o site para se informarem melhor sobre esses amuletos.
Durante a entrevista foram documentado as afirmações com a apresentação de peças, do próprio acervo que estavam expostos sobre o tampão do stand. Mostraram-me uma peça redonda com uma abertura bem ao centro, como uma enorme pulseira, que era implantada junto ao tornozelo da criança, simplesmente para marcá-la com escrava. É uma curiosidade e muito rara de se encontrar aqui no Brasil. Minha observação é que a estética da peça é muito boa, mas não gosto do que ela representa, nem um pouco.
Estamos no MuBE já a um ano, me afirma Adriana, pretendemos dar continuidade ao nosso trabalho aqui por muito tempo. É sempre uma satisfação estarmos dialogando sobre nosso acervo, respondendo aos visitantes de modo a satisfazer suas curiosidades.
Estão sempre perguntando: de onde, como fizeram, de onde vem ou para que servem. Temos muita curiosidade para mostrar, isso atrai bastante publico para nosso stand.
Perguntei ao casal sobre a dificuldade de encontrar peças assim no mercado mundial. Afirmaram-me que viajam pelo mundo, visitando todo tipo de lugares, muitos inusitados: mercados de pulgas feiras ao ar livre, nas ruas de cidades européias ou na própria África. Nossas investigações nos levam a todos os lugares possíveis imaginados, temos sempre que estarmos preparados para as sugestões. Vamos sempre ver do que se trata.
Certa vez estávamos na Holanda. Era mesmo um dia festivo e todos estavam nas ruas, isso é típico no país inteiro, é o dia do aniversário da Rainha. Todos vão às ruas com pertences em desuso para vendê-los a qualquer preço. Todos os holandeses já no dia anterior demarcam seus espaços para no dia marcado não ficarem de fora do evento. É muito bonito pela alegria que contagia o país. Fazem apresentação de música, dança, teatro, tudo ao ar livre: nas praças, nas ruas... Enfim é bonito de se ver.
A própria Rainha vai pessoalmente assistir, mistura-se entre todos como pessoa comum, sem nenhum tipo de cerimônia.
Em um determinado dia, conforme já afirmamos, nós resolvemos participar, fomos a Amsterdã, aproveitar para nos deleitarmos e ao mesmo tempo pesquisarmos, quem sabe por ali tivesse algo que nos interessasse. Tinham de tudo, móveis, quadros, roupas, utensílios domésticos, brinquedos, livros. Não dá para fazermos uma lista, até as crianças sem para vender limonada. Todos se vestem de cor laranja, típica da bandeira holandesa. É porque o sobrenome da família real é Orange. Tudo é muito bonito, muito movimento e tudo com muita educação e ordem.
Mas nesse dia fomos surpreendidos enquanto passeávamos, vimos um sujeito, possivelmente um desempregado que resolveu atirar seu carro sobre a própria rainha. Não a atingiu, mas atropelou muitas pessoas que estavam na multidão, matando algumas. O motorista também morreu. Ninguém ficou sabendo ao certo o motivo do atentado. Aquilo nos abalou muito. Hoje a rainha não anda mais entre o povo por temerem novos atentados.
Depois do acontecimento, o governo pediu que todos se recolhessem imediatamente, em todo o país. Hastearam a bandeira a meio-pau em sinal de luto pelos que morreram. A tristeza tomou conta do país.
É verdade que o evento vai continuar, mas agora com segurança. Isso nunca aconteceu, a Holanda é o país mais liberal da Europa. Víamos a Rainha, os príncipes e as princesas sempre juntos das pessoas comuns. Agora tudo vai ficar mais difícil.
Adriana se surpreendeu com o atentado, estava muito perto. Assustou-me a confusão. Entristeceu-me, ao mesmo tempo em que tudo era cancelado. Terminou a festa de repente.
Ainda me afirma que ser rei ou rainha nada tem a ver com a pessoa da gente. É apenas uma questão de função. A liberalidade holandesa é contagiante, inclusive pela postura ecológica madura.
Frans e Adriana contam que seu acervo é bem diversificado, muitas peças não estão a venda, algumas são muito importante.
Não vamos guardar, apenas esperamos o momento para vender. É o que queremos somente comprar e vender, nada mais. É negocio, mas também nossa paixão. Nós aprendemos nos livros. Damos muito valor a literatura que trata dessa arte. Sabemos que muitas de nossas peças nem no Museu da África tem. É importante reafirmar que nosso Museu da África é um dos mais importantes do mundo todo. Possui uma grande biblioteca, promove exposição com peças produzidas por tribos diferentes e de todo o continente. Muitas das peças que trazemos para a Feira vêm dessas pequenas aldeias africanas. Nós temos colecionadores específicos e quando os chamamos eles vem aqui no MuBE e compram.
Temos também a intenção de abrir uma loja especializada nesse assunto. Estamos quase implantando esse projeto.
Frans é consultor de segurança, fotografo artístico, vide www.fotobyfrans.com e Adriana Kling é artista plástica atuante. Vide em www.adrianakling.com. Trabalha com cerâmica, vidro, gravura, pintura e desenho.
Eles pretendem expor em sua loja peça étnicas da Bolívia, Holanda, África. Vão organizar eventos e exposições culturais que a posterioridade certamente agradecerá.



Líbano Montesanti Calil Atallah

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